Depois da Parada da Diversidade realizada no último dia 20 na Avenida Boa Viagem, Zona Sul do Recife, a cidade do Paulista, distante 17 quilômetros da Capital pernambucana, também se renderá a um desfile semelhante. Tendo como um dos padrinhos o vereador Silvio Moura (PTdoB), o Grupo Homossexual do Paulista (GHP) promoverá, neste sábado (03), a 2ª Parada da Diversidade no município.
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Com o tema “Respeito é bom e eu gosto! Discriminação, jamais”!, o ato pretende levar às ruas cerca de 20 mil pessoas às avenidas D e Tancredo Neves – principais vias do bairro de Jardim Paulista Baixo. A concentração será a partir das 14h, no Pátio de Eventos (em frente ao Senac). A festa será animada por três trios elétricos com DJs, peças teatrais educativas e 11 drag queens.
Na ocasião, serão distribuídas 900 camisas do evento, em troca de dois quilos de alimento não-perecível. De acordo com o presidente do Grupo Homossexual do Paulista, Adriano Chaves, esses donativos serão distribuídos para pessoas carentes da comunidade LGBT do município. “Este ano também queremos chamar a atenção da sociedade para a questão do respeito às diferenças, aos direitos e contra a violência contra os gays”, defende Adriano.

Vereador Silvio Moura discute temas a serem abordados na Segunda Parada da Diversidade, junto com os membros do Grupo Homossexual de Paulista (GHP)
Comunidade quer criar Coordenadoria da Diversidade Sexual
Com o objetivo de construir políticas públicas voltadas para o segmento LGBT, o Grupo Homossexual de Paulista (GHP) articula, junto ao vereador Silvio Moura (PTdoB) a criação, em nível municipal, de uma Coordenadoria da Diversidade Sexual. A existência de uma autarquia especializada foi matéria aprovada neste mês na Câmara, através do parlamentar, e aguarda sanção do prefeito Yves Ribeiro.
“Nós não temos absolutamente nenhuma representatividade ou estatística sobre esta parcela da população. Precisamos mapear esses dados para que possamos então construir políticas públicas voltadas para os homossexuais. A criação de uma coordenadoria será essencial para que possamos realizar este trabalho”, atesta o vereador.
Previdência: disputa judicial ganha repercussão em Paulista
A comunidade LGBT de Paulista também aguarda ansiosa pela sanção da emenda aditiva à lei municipal previdenciária, proposta neste mês pelo vereador Silvio Moura. Aprovada por unanimidade neste mês pelos parlamentares da Câmara, a proposta também já seguiu para análise do Poder Executivo e tem grandes chances de entrar em vigor. “O prefeito Yves Ribeiro está começando a conhecer a luta do movimento gay na cidade. Acreditamos que ele tenha sensibilidade suficiente para conceder o amparo legal para que parceiros homoafetivos recebam pensão previdenciária e vamos lutar para que isso aconteça”, assegura Silvio.
Um caso judicial envolvendo o assunto tem ganhado repercussão na cidade do Paulista. Trata-se da luta pessoal de Valter Sebastião Filho, de 38 anos, pela garantia de pensão previdenciária e reconhecimento dos bens herdados pelo seu companheiro de mais de sete anos – que faleceu há três meses. “Tínhamos muitos sonhos, como o de terminar, juntos, a construção da nossa casa. A família, através da mãe dele, quer ficar com os nossos bens, e também quer receber a pensão que seria minha, dedireito. Esses anos todos eu me dediquei ao nosso lar”, lamenta Valter.
São duas disputas judiciais que Valter tem que enfrentar com a família do companheiro falecido. A primeira diz respeito aos bens herdados, entre eles, a casa que os dois moravam. A ação foi acolhida pela 3ª Vara Cível de Paulista. A juíza Edina Maria Brandão de Barros Correia deu parecer favorável à concessão da mãe dele como inventariante dos bens. O caso está sendo acompanhado pelo vereador Silvio Moura, que, inclusive, articulou o apoio da OAB-PE, através do presidente Jayme Asfora.
Vereador Silvio Moura e Valter Sebastião articulam apoio da OAB
A segunda ação movida por Valter é referente à garantia de pensão previdenciária pela Prefeitura do Paulista, já que o companheiro dele era funcionário público da administração municipal. “Nós já demos um passo importante para que, pela primeira vez na história dessa cidade, possamos assegurar este direito tão simples e tão necessário”, afirma Silvio. Como o casal não havia assinado nenhuma espécie de contrato em cartório, estamos recorrendo à mesma lei que acoberta a união estável para casais heterossexuais”, afirma o advogado Miguel dos Santos. O caso foi acolhido pela Vara da Família.